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segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Significado de Termos Populares V - Til, Arroba Etc.

Na Idade Média, os livros eram escritos pelos copistas à mão. Precursores da taquigrafia, eles simplificavam o trabalho substituindo letras, palavras e nomes próprios, por símbolos, sinais e abreviaturas. Não era por economia de esforço nem para o trabalho ser mais rápido (tempo era o que não faltava naquele tempo). O motivo era de ordem econômica: tinta e papel eram caríssimos. Foi assim que surgiu o til (~), para substituir uma letra (um “m” ou um “n”) que tornava nasal a vogal anterior.

Um til é um “enezinho” sobre a letra, pode olhar. O nome espanhol Francisco (que também era escrito “Phrancisco”) ficou com a abreviatura “Phco.” e “Pco”. Daí foi fácil todo Francisco ganhar, em Espanhol, o apelido de “Paco”.

Os santos, ao serem citados pelos copistas, eram identificados por um acontecimento significativo em suas vidas. Assim, o nome de São José aparecia seguido de “Jesus Christi Pater Putativus”, ou seja, o “Pai Putativo (suposto) de Jesus Cristo”. Mais tarde, os copistas passaram a adotar a abreviatura “JHS PP” e, depois, somente “PP”.

A pronúncia dessas letras, em sequência, explica porque José em Espanhol tem o apelido de “Pepe”. Já para substituir a palavra latina “et” (e), os copistas criaram este símbolo, que é o resultado do entrelaçamento dessas duas letras: &. Esse sinal é popularmente conhecido como “e comercial” e. em Inglês, tem o nome de “ampersand”, que vem do “and” (“e” em Inglês) + “per se” (do latim por si) + “and”. Com o mesmo recurso do entrelaçamento de duas letras, os copistas criaram o símbolo @ para substituir a preposição latina “ad”, que tinha, entre outros, o sentido de “casa de”.

Veio a imprensa, foram-se os copistas, mas os símbolos @ e & continuaram a ser usados nos livros de contabilidade. O @ aparecia entre o número de unidades da mercadoria e o preço.

Por exemplo: o registro contábil “10@£3″ significava “10 unidades ao preço de 3 libras cada uma”. Nessa época o símbolo @ já ficou conhecido como, em inglês como “at” (“a” ou “em”). No século XIX, nos portos da Catalunha (nordeste da Espanha), o comércio e a indústria procuravam imitar as práticas comerciais e contábeis dos ingleses.

 Como os espanhóis desconheciam o sentido que os ingleses atribuíam ao símbolo @ (“a” ou “em”), acharam que o símbolo era uma unidade de peso. Para esse entendimento contribuíram duas coincidências:

1 - A unidade de peso dos espanhóis, na época, era a arroba, cujo “a” inicial lembra a forma do símbolo.

2 - Os carregamentos desembarcados vinham frequentemente em fardos de uma arroba. Dessa forma, os espanhóis interpretavam aquele mesmo registro de “10@£3″ assim : “dez arrobas custando 3 libras cada uma”.

Então o símbolo @ passou a ser usado pelos espanhóis para significar arroba. A palavra “arroba” vem do árabe “ar-ruba”, que significa “a quarta parte”. Uma arroba (15 kg em números redondos) correspondia a ¼ de outra medida de origem árabe, o “quintar” (o quintal), equivalente a 58,75 kg.

As máquinas de escrever, na sua forma definitiva, começaram a ser comercializadas em 1874, nos Estados Unidos (O escritor Mark Twain foi o primeiro autor a apresentar seus originais datilografados).

O teclado tinha o símbolo @, que sobreviveu nos teclados dos atuais computadores. Em 1971, ao desenvolver o primeiro programa de correio eletrônico (“e-mail”), Roy Tomlinson aproveitou o sentido @ (“at”), disponível no teclado, e utilizou-o entre o nome do usuário e o nome do provedor. Assim, “fulano@provedor X” ficou significando “fulano no provedor X”.

Em diversos idiomas, o símbolo @ ficou com o nome de alguma coisa parecida com sua forma. Em Italiano, chama-se “chiocciola” (caracol), em Sueco “snabel” (tromba de elefante) e, em Holandês, “apestaart” (rabo de macaco). Em outros idiomas, tem o nome de um doce em forma circular: “shtrudel”, em Israel, “strudel”, na Áustria e “pretzel” em vários outros países europeus.

Et cetera (também et cætera - et cet·er·a neutro plural), de forma reduzida etc., é a expressão de origem latina que significa "e os restantes" ou "e outras coisas mais". É normalmente utilizada no fim de uma frase para representar a continuação lógica de uma série ou enumeração. Por exemplo:

"Para escrever um bom artigo, deve-se tomar cuidado com a redação, ortografia etc."

Note que não faz muito sentido escrever "A, B, C e etc.", já que significa algo como "…B, C e e os outros". Vale notar também que, por ser uma abreviação, o ponto é sempre obrigatório.

Tratando-se de pontuação, não se pode pôr vírgula antes da abreviação. Pela gramática da língua portuguesa, havendo a conjunção e entre os dois últimos termos de uma enumeração, suprime-se a vírgula - e sendo o et de etc. traduzido por e, argumenta-se que a regra acima seria aplicável. Porém, como acontece com algumas outras regras da língua portuguesa, é muito comum encontrar frases escritas dessa maneira, mesmo em publicações mais formais.

O etc., embora algumas vezes aplicado desta forma, não deve ser utilizado para se referir a pessoas. Deve-se utilizar a expressão et alii (abreviação et al., significa "e os outros").


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