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terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Cristianismo, Catolicismo e Igrejismo

O texto abaixo é uma reflexão comparativa e erudita entre o que deveria ser o cristianismo em busca da vivência do real sentido da palavra da qual derivou o termo "religião" (religare = ligar novamente o homem a Deus)  e o que a Igreja Católica apresenta aos seus fiéis como objeto de culto. Entretanto, se formos buscar comparações num espectro mais amplo do cristianismo, em grande parte esse "igrejismo" de que o autor fala está presente no modus operandi de diversas outras denominações e seitas cristãs não-católicas (evangélicas, pentecostais etc) que também não se adaptam completamente  ao modelo cristão ideal  defendido pelo autor. Leiam e, como sempre, tirem suas próprias conclusões...

***


Por Louis Claude de Saint Martin
“A principal reprovação que apresento contra eles é que a cada passo, confundem Cristianismo com a Igreja (Catolicismo). Vejo frequentemente, célebres mestres literários atribuírem à religião obras de famosos Bispos que muitas vezes se desviam enormemente do espírito do Cristianismo. 


Vejo outros num momento, sustentarem a necessidade dos mistérios (sacramentos, etc.) em outro, tentarem explicá-los afirmando, mais uma vez que a demonstração de Tertuliano sobre a trindade pode ser compreendida até pelos mais simples. Vejo como se vangloriam da influência do Cristianismo na poesia, ainda que concordem em alguns casos, que a poesia se alimente do erro! 


Vejo como se desorientam com relação aos números rejeitando, com razão, as especulações fúteis que emergiram do abuso desta ciência, afirmando que o três não é engendrado, que segundo a expressão atribuída à Pitágoras, este número deve existir sem uma mãe, enquanto que a geração de nenhum número é mais evidente que a geração do número três; o dois é claramente sua mãe, em todas as ordens, natural, intelectual ou Divina; a diferença é que na ordem natural, esta mãe engendra a corrupção, assim como o pecado engendrou a morte; na ordem intelectual, engendra variabilidade, como podemos observar pela instabilidade de nossos pensamentos; na ordem Divina, engendra a fixidez, com é reconhecida na Unidade Universal. 


Em resumo, apesar do brilhante efeito que suas obras possam produzir, não consigo encontrar aquele alimento substancial que a inteligência exige, a saber, o verdadeiro espírito do Cristianismo, encontro, sim, o espírito do Catolicismo. 


Ora, o verdadeiro Cristianismo é anterior, não só ao Catolicismo, mas ao próprio nome Cristianismo que não é encontrado nos Evangelhos, embora o espírito deste nome esteja bem claramente expressado e consiste, de acordo com João (I.12) no poder de se tornarem filhos de Deus ; o espírito dos filhos de Deus, ou dos Apóstolos de Cristo, que acreditaram nele, é mostrado, segundo Marcos (XVI. 20) pelo Senhor agindo com eles e confirmando a Palavra por meio dos sinais que a acompanhavam.

Neste ponto de vista, estar verdadeiramente no Cristianismo, seria estar unido com o Espírito do Senhor e ter completado ou consumado nossa aliança com Ele. A este respeito, o verdadeiro caráter do Cristianismo não seria tanto o de se tornar uma religião e sim o de ser um termo e ponto de repouso de todas as religiões e de todos aqueles laboriosos caminhos pelos quais a fé dos homens e suas necessidades de serem purificados de suas manchas, os obrigam a caminhar diariamente. 


É notável que, em todos os quatro Evangelhos, fundados no Espírito do verdadeiro Cristianismo, a palavra religião não é encontrada nem uma só vez; e nos escritos dos Apóstolos, que completaram o Novo Testamento é encontrada somente cinco vezes. 


A primeira vez que a palavra religião aparece é em “Atos dos Apóstolos” (XXVI.5 [da versão inglesa; também, Gl.I.13,14]) quando se fala da religião judaica. A segunda vez é em Colossenses (II.18) quando o Apóstolo casualmente condena o culto aos anjos. Na terceira e quarta vez, aparece em São Tiago (I.26,27) onde ele diz simplesmente: “Se alguém pensa ser religioso, mas não refreia a sua língua, antes se engana a si mesmo, saiba que a sua religião é vã”, e “A religião pura e sem mácula diante de Deus, nosso Pai, consiste nisto: em assistir os órfãos e as viúvas em suas tribulações e em guardar-se livre da corrupção do mundo”; estes são exemplos em que o Cristianismo parece se inclinar mais à sua sublimidade Divina ou condição de repouso, do que se revestir daquilo que costumamos chamar de religião. 


Portanto, há diferenças entre Cristianismo e Catolicismo: Cristianismo nada mais é do que o espírito de Jesus Cristo em sua amplitude, depois que este terapeuta Divino escalou todos os passos de sua missão, que teve início com a queda do homem, quando prometeu que a semente da mulher esmagaria a cabeça da serpente. O Cristianismo é o complemento da pregação de Melchisedek; é a alma do Evangelho; o Cristianismo faz com que as águas vivas, de que as nações têm tanta sede, circulem no Evangelho. 


O Catolicismo (a Igreja), ao qual pertence o título de religião, é uma espécie de esforço e tentativa de se chegar ao Cristianismo. O Cristianismo é a religião da emancipação e da liberdade, o Catolicismo é apenas o seminário do Cristianismo, a região das regras e disciplina para o neófito. O Cristianismo enche toda a terra com o Espírito de Deus. O Catolicismo enche apenas uma parte do globo embora se intitule universal. [o termo "católico" é derivado da palavra grega: καθολικός (katholikos) e significa "universal" ou "geral." - grifo meu retirado de: http://pt.wikipedia.org/wiki/Igreja_Cat%C3%B3lica]

O Cristianismo eleva nossa fé à luminosa região do Verbo Divino e Eterno; O Catolicismo limita esta fé à palavra escrita ou tradição. O Cristianismo nos mostra Deus abertamente, no centro de nosso ser, sem o auxílio de formas e fórmulas. O Catolicismo nos deixa em conflito com nós mesmos, pois quer que encontremos Deus oculto nas cerimônias. 


O Cristianismo não tem mistérios; esta palavra é repugnante para ele pois, essencialmente, o Cristianismo é a própria evidência, a nitidez universal. O Catolicismo é repleto de mistérios e seu fundamento é velado. A esfinge pode ser colocada na entrada dos templos, tendo sido feita pelas mãos dos homens; não pode ser posicionada no coração, que é a real entrada do Cristianismo. O Cristianismo é a fruta da árvore, enquanto que o Catolicismo só pode ser o adubo. 


O Cristianismo não faz nem monastérios e nem eremitas, porque não pode se isolar mais do que pode a luz do sol e porque, como o sol, procura brilhar em todo lugar. O Catolicismo povoou os desertos com solitários e encheu as cidades com comunidades religiosas; no primeiro caso, para que pudessem se dedicar com mais facilidade à sua própria salvação, no segundo caso, para apresentar ao mundo corrupto algumas imagens de virtude e piedade a fim de despertá-lo de sua letargia. 


O Cristianismo não tem secto, já que embarca a unidade e esta sendo única, não pode ser dividida. O Catolicismo tem presenciado uma multiplicidade de cismas e sectos brotando em seu seio, o que propiciou o reino da divisão ao invés do reino da concórdia; o Catolicismo, mesmo acreditando ocupar o mais alto degrau de pureza, dificilmente encontra dois de seus membros que pensam da mesma forma. 


O Cristianismo nunca deveria ter realizado as Cruzadas: a cruz invisível que carrega em seu seio não tem outro objetivo senão o alívio e felicidade de todas as criaturas. Foi uma imitação falsa do Cristianismo, para não dizer outra coisa, que inventou as Cruzadas; o Catolicismo a adotou posteriormente: mas, o fanatismo as comandaram: o Jacobinismo as compuseram, a anarquia as dirigiram e o banditismo as executaram. 


O Cristianismo só declarou guerra contra o pecado; O Catolicismo declarou guerra contra os homens. O Cristianismo só marcha pela experiência segura e contínua; O Catolicismo marcha apenas pela autoridade e pelas instituições ; O Cristianismo é a lei da fé; O Catolicismo é a fé da lei. O Cristianismo é a completa instalação da alma do homem no rangue de ministros ou servos do Senhor; O Catolicismo limita o homem ao cuidado de sua própria saúde espiritual. 


O Cristianismo contínuo une o homem a Deus, já que são, por natureza, dois seres inseparáveis; o Catolicismo, ainda que use a mesma linguagem, alimenta o homem unicamente com meras formas e isto faz com que ele perca de vista o seu real objetivo e adquira muitos hábitos que nem sempre contribuem para seu benefício ou para um real progresso.

O Cristianismo baseia-se no Verbo oral, não escrito, o Catolicismo baseia-se no Verbo escrito ou Evangelho em geral e na massa em particular. O Cristianismo é um ativo e perpétuo sacrifício espiritual e Divino, tanto da alma de Jesus Cristo como da nossa própria alma; o Catolicismo que se baseia particularmente na massa, apresenta unicamente um sacrifício ostensivo do corpo e do sangue do Redentor. 


O Cristianismo pode ser composto apenas pela raça santa do homem primitivo, a verdadeira raça sacerdotal. O Catolicismo, baseando-se particularmente na massa, foi como a última Páscoa do Cristo, um mero degrau iniciador deste sacerdócio, pois quando Ele disse a seus discípulos “Façam isto em minha memória” eles já haviam recebido o poder de expulsar os espíritos malignos, curar doentes e ressuscitar os mortos; mas ainda não tinham recebido o que era mais importante para o cumprimento do sacerdócio já que a consagração de um padre consiste na transmissão do Espírito Santo e o Espírito Santo ainda não havia sido dado porque o Redentor ainda não havia sido glorificado (João VII.39). 


O Cristianismo se torna uma contínua luz crescente a partir do momento em que a alma do homem é nele admitida; o Catolicismo que fez da Santa Ceia o ponto mais alto e sublime de seu culto, permitiu que um véu fosse jogado sobre esta cerimônia introduzindo até mesmo, como disse anteriormente, na liturgia da missa, as palavras Mysterium Fidei, que não estão no evangelho e são contrárias à luz universal do Cristianismo. 


O Cristianismo pertence à eternidade; o Catolicismo pertence ao tempo. O Cristianismo é o termo; o Catolicismo, com toda a majestosa imposição de suas solenidades e a sagrada grandiosidade de suas orações é apenas o meio. Finalmente, é possível que haja muitos católicos, que ainda, sejam incapazes de julgar o que é o Cristianismo; mas é impossível para um verdadeiro cristão não ser capaz de julgar o que o Catolicismo é e o que deve ser.” 

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REFERÊNCIAS: Saint Martin, Louis-claude de – O MINISTÉRIO DO HOMEM ESPIRITO, Ed. AMORC, ano 1994;  S.C.A: http://www.sca.org.br/artigos/Cristianismo_e_Catolicismo.pdf

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Significado de Termos Populares V - Til, Arroba Etc.

Na Idade Média, os livros eram escritos pelos copistas à mão. Precursores da taquigrafia, eles simplificavam o trabalho substituindo letras, palavras e nomes próprios, por símbolos, sinais e abreviaturas. Não era por economia de esforço nem para o trabalho ser mais rápido (tempo era o que não faltava naquele tempo). O motivo era de ordem econômica: tinta e papel eram caríssimos. Foi assim que surgiu o til (~), para substituir uma letra (um “m” ou um “n”) que tornava nasal a vogal anterior.

Um til é um “enezinho” sobre a letra, pode olhar. O nome espanhol Francisco (que também era escrito “Phrancisco”) ficou com a abreviatura “Phco.” e “Pco”. Daí foi fácil todo Francisco ganhar, em Espanhol, o apelido de “Paco”.

Os santos, ao serem citados pelos copistas, eram identificados por um acontecimento significativo em suas vidas. Assim, o nome de São José aparecia seguido de “Jesus Christi Pater Putativus”, ou seja, o “Pai Putativo (suposto) de Jesus Cristo”. Mais tarde, os copistas passaram a adotar a abreviatura “JHS PP” e, depois, somente “PP”.

A pronúncia dessas letras, em sequência, explica porque José em Espanhol tem o apelido de “Pepe”. Já para substituir a palavra latina “et” (e), os copistas criaram este símbolo, que é o resultado do entrelaçamento dessas duas letras: &. Esse sinal é popularmente conhecido como “e comercial” e. em Inglês, tem o nome de “ampersand”, que vem do “and” (“e” em Inglês) + “per se” (do latim por si) + “and”. Com o mesmo recurso do entrelaçamento de duas letras, os copistas criaram o símbolo @ para substituir a preposição latina “ad”, que tinha, entre outros, o sentido de “casa de”.

Veio a imprensa, foram-se os copistas, mas os símbolos @ e & continuaram a ser usados nos livros de contabilidade. O @ aparecia entre o número de unidades da mercadoria e o preço.

Por exemplo: o registro contábil “10@£3″ significava “10 unidades ao preço de 3 libras cada uma”. Nessa época o símbolo @ já ficou conhecido como, em inglês como “at” (“a” ou “em”). No século XIX, nos portos da Catalunha (nordeste da Espanha), o comércio e a indústria procuravam imitar as práticas comerciais e contábeis dos ingleses.

 Como os espanhóis desconheciam o sentido que os ingleses atribuíam ao símbolo @ (“a” ou “em”), acharam que o símbolo era uma unidade de peso. Para esse entendimento contribuíram duas coincidências:

1 - A unidade de peso dos espanhóis, na época, era a arroba, cujo “a” inicial lembra a forma do símbolo.

2 - Os carregamentos desembarcados vinham frequentemente em fardos de uma arroba. Dessa forma, os espanhóis interpretavam aquele mesmo registro de “10@£3″ assim : “dez arrobas custando 3 libras cada uma”.

Então o símbolo @ passou a ser usado pelos espanhóis para significar arroba. A palavra “arroba” vem do árabe “ar-ruba”, que significa “a quarta parte”. Uma arroba (15 kg em números redondos) correspondia a ¼ de outra medida de origem árabe, o “quintar” (o quintal), equivalente a 58,75 kg.

As máquinas de escrever, na sua forma definitiva, começaram a ser comercializadas em 1874, nos Estados Unidos (O escritor Mark Twain foi o primeiro autor a apresentar seus originais datilografados).

O teclado tinha o símbolo @, que sobreviveu nos teclados dos atuais computadores. Em 1971, ao desenvolver o primeiro programa de correio eletrônico (“e-mail”), Roy Tomlinson aproveitou o sentido @ (“at”), disponível no teclado, e utilizou-o entre o nome do usuário e o nome do provedor. Assim, “fulano@provedor X” ficou significando “fulano no provedor X”.

Em diversos idiomas, o símbolo @ ficou com o nome de alguma coisa parecida com sua forma. Em Italiano, chama-se “chiocciola” (caracol), em Sueco “snabel” (tromba de elefante) e, em Holandês, “apestaart” (rabo de macaco). Em outros idiomas, tem o nome de um doce em forma circular: “shtrudel”, em Israel, “strudel”, na Áustria e “pretzel” em vários outros países europeus.

Et cetera (também et cætera - et cet·er·a neutro plural), de forma reduzida etc., é a expressão de origem latina que significa "e os restantes" ou "e outras coisas mais". É normalmente utilizada no fim de uma frase para representar a continuação lógica de uma série ou enumeração. Por exemplo:

"Para escrever um bom artigo, deve-se tomar cuidado com a redação, ortografia etc."

Note que não faz muito sentido escrever "A, B, C e etc.", já que significa algo como "…B, C e e os outros". Vale notar também que, por ser uma abreviação, o ponto é sempre obrigatório.

Tratando-se de pontuação, não se pode pôr vírgula antes da abreviação. Pela gramática da língua portuguesa, havendo a conjunção e entre os dois últimos termos de uma enumeração, suprime-se a vírgula - e sendo o et de etc. traduzido por e, argumenta-se que a regra acima seria aplicável. Porém, como acontece com algumas outras regras da língua portuguesa, é muito comum encontrar frases escritas dessa maneira, mesmo em publicações mais formais.

O etc., embora algumas vezes aplicado desta forma, não deve ser utilizado para se referir a pessoas. Deve-se utilizar a expressão et alii (abreviação et al., significa "e os outros").


Retirado de:

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domingo, 29 de janeiro de 2012

Epicuro e as Reflexões Sobre a Vida Moderna

No início do século II d.C., no mercado principal de Enoanda, cidade de 10 mil habitantes no sudoeste da Ásia Menor, foi erigida uma enorme muralha de oitenta metros de largura e quase quatro metros de altura, com inscrições baseadas na filosofia de Epicuro, e cuja finalidade era atrair a atenção dos compradores. Era uma espécie de alerta:

“Comidas e bebidas requintadas… de modo algum libertam do mal ou proporcionam a saúde da carne. Deve-se atribuir à riqueza excessiva o mesmo grau de inutilidade que representa acrescentar água a um recipiente que já estava prestes a transbordar. Os verdadeiros valores não são gerados por teatros e termas, perfumes e essências… mas pela ciência natural.”

O muro foi pago por Diógenes, um dos homens mais ricos de Enoanda, que desejava, 4 séculos após Epicuro e seus amigos terem fundado o Jardim de Atenas, compartilhar os segredos da felicidade que ele havia descoberto na filosofia de Epicuro.

O antigo filósofo cuja maior parte das obras se perdeu foi bem mais incompreendido – ou analisado de forma superficial – do que compreendido. Dizem que tudo que ensinava era a busca pelo prazer (hedonismo) e o materialismo (atomismo), mas é preciso desconhecê-lo profundamente para tais tipos de hiper-simplificações de seu pensamento.

Sobre a busca do prazer, Epicuro em realidade afirmava que “o homem que alega não estar ainda preparado para a filosofia ou afirma que a hora de filosofar ainda não chegou ou já passou assemelha-se ao que diz que é jovem ou velho demais para ser feliz.” Longe de ensinar uma busca desenfreada por prazeres mundanos, ele defendia que uma vida equilibrada e na companhia de boas amizades era todo o necessário para a felicidade – neste caso, pão e água eram suficientes… “De todas as coisas que nos oferece a sabedoria para a felicidade de toda a vida, a maior é a aquisição da amizade… alimentar-se sem a companhia de um amigo é o mesmo que viver como um leão ou um lobo.”

Poucos foram aqueles que, ao longo da história, enxergaram o quanto a filosofia de Epicuro sempre se fez necessária para nos afastar das tentações e desejos inúteis da vida em sociedade. Ele separava os desejos da seguinte forma:

O que é essencial para a felicidade:

Natural e necessário   Natural mas desnecessário     Nem natural nem necessário
Amigos, Liberdade,    Palacete, Terma privativa,      Fama, Poder, Status
Reflexão, Casa,          Banquetes, Empregados,
Comida, Roupas,        Peixe, Carne
Amigos,

Dizem também que Epicuro era ateu. Mas de fato tudo o que defendia era que os deuses viviam em uma realidade muito superior a mundana, de modo que provavelmente não estariam preocupados com nossos afazeres, e nem era necessário que nos afligíssemos com eles ou que preparássemos rituais e oferendas para aplacar sua ira ou barganhar por favores sobrenaturais.

Para Epicuro, isso tudo era fonte de angústias desnecessárias… Porque se preocupar com política, com os deuses, com o acúmulo de riquezas ou com a morte, se o prazer da vida está exatamente em compartilhá-la com os amigos, em não viver com mais do que o necessário, e na constante reflexão sobre a natureza infinita do Cosmos?

Em sua recusa em se preocupar com um panteão de deuses com seus próprios afazeres e em sua exaltação da felicidade que advém da vida harmoniosa, em contato constante com os amigos e a natureza, Epicuro era bem mais religioso que a maioria dos eclesiásticos – e bem mais monoteísta que a maioria dos religiosos que dizem seguir somente a um único Deus, mas que ao fim do dia seguem a vários…

Pensemos nos dias atuais, em que a maior religião e o maior deus passam desapercebidos da grande maioria, embora quase todos acabem rezando para ele: o deus do consumo. Seus evangelizadores estão em cada canal de TV paga ou aberta, sua bíblia é ensinada desde as “orientações vocacionais” das escolas aos “discursos sobre a dura realidade da vida e sobre como um bom salário é mais importante do que tudo”… Andando pelas ruas, vemos suas orações expostas em outdoors e páginas de jornal. Ele é tão poderoso que abocanhou até mesmo o tempo – “tempo é dinheiro, eu sou o tempo, eu sou o seu deus!”

Ao contrário do deus de Epicuro, que podia ser encontrado em qualquer grama de jardim, nalgum galho partido ou nos sorrisos dos amigos, este deus é feito sobretudo de coisas sem vida e de desejos desenfreados; muito embora possa parecer “onipresente” em nosso dia a dia – uma roupa de grife, um terno, um celular, um videogame, um carro, um iate… Ele nunca se cansa, e o tempo é a prova:

Porcentagem dos norte-americanos que declararam os seguintes itens como necessários

                                                       1970               2000
Segundo carro                                   20%                 59%
Segunda televisão                              3%                   45%
Mais de um telefone                           2%                   78%
Ar-condicionado no carro                  11%                 65%
Ar-condicionado em casa                  22%                 70%
 Lava-louças                                       8%                   44%

Hoje em dia vivemos correndo, “utilizando” todas as horas do dia. Comendo em fast-foods e tendo relacionamentos no estilo fast – simples, rápidos, indolores, muitas vezes “anestesiados”. Se nos angustiamos com a vida ou se caímos em depressão, oramos também ao grande profeta do deus do consumo – o guardião dos comprimidos em seu manto de tarja preta… Com tudo isso economizamos bastante tempo. Tempo para…?

Não era esse tipo de religião que Epicuro professava. Ele preferia simplesmente ser livre, talvez por reconhecer que perto da imensidão da natureza, suas angústias e desejos eram como poeira e folhas espalhadas pelo vento em seu jardim.

Quaisquer que sejam as diferenças entre as pessoas e seus desejos e angústias, elas não são nada perto das diferenças entre os seres humanos mais poderosos e os grandes desertos, as altas montanhas, geleiras e oceanos, a luz das estrelas. Existem fenômenos naturais tão grandes que tornam as variações entre duas pessoas quaisquer ridiculamente pequenas. Ao passar um tempo em amplos espaços, a consciência de nossa própria insignificância na hierarquia social pode se transformar na consciência reconfortante da insignificância de todos os seres humanos no Cosmos.

Podemos superar o sentimento de que somos insignificantes não nos tornando mais importantes ou desejando fama, poder ou status, mas reconhecendo a insignificância relativa de todos. Nossa preocupação com quem é alguns milímetros mais alto do que nós pode dar lugar a uma reverência a coisas infinitamente maiores que nós, uma força que podemos ser levados a chamar de natureza, vida, infinito, eternidade – ou simplesmente Deus.

Mas, sobretudo, quem mantém os pés no chão florido das amizades duradouras e a mente na imensidão estelar do Cosmos, este não poderá jamais ser seduzido pelas efêmeras promessas dos arautos do deus do consumo, tampouco necessitará recorrer a tratar da angústia com comprimidos (*). Este tem a seu lado o amor ao saber, as reflexões diárias, a liberdade de pensamento: este encara toda angústia e todo desejo por si mesmo, ou talvez com a ajuda de amigos. Seres reais, não imaginários nem inanimados – aí está o deus de Epicuro. Onde está o seu deus?

***

(*) Nota: certas doenças necessitam de medicação, e é excelente dispor da medicina atual para tratá-las. O que não podemos é usar comprimidos como muletas – nesse sentido nossos comprimidos serão nossos deuses, e nós os seus fantoches. Por outro lado, também é necessário “cortar o mal pela raiz”: a filosofia nos ajuda a evitar a necessidade de comprimidos, evitando antes a doença.

Leitura recomendada: “As consolações da filosofia” e “Desejo de status” – ambos de autoria de Alain de Botton e publicados no Brasil pela Editora Rocco. As citações de Epicuro e Diógenes foram retiradas do primeiro.

Retirado de:

sábado, 28 de janeiro de 2012

A Vida de Zaratustra

Há muito tempo, nas estepes a perder de vista da Ásia Central  perto do Mar de Aral, havia uma pequena vila de casas de adobe, onde vivia a família Spitama. Um dia, no sexto dia da primavera, um menino nasceu naquela família. A sua mãe e seu pai decidiram dar-lhe o nome de Zaratustra. Ao nascer, Zaratustra não chorou, pelo contrário, riu sonoramente. As parteiras, vendo aquilo, admiraram-se, pois nunca tinham visto um bebê rir ao nascer.


Na vila havia um sacerdote que percebeu que aquele menino viria a ser um revolucionário do pensamento humano e o que enfraqueceria o poder dos "donos" das religiões. Ele então decidiu tomar providências e procurou Pourushaspa, o pai de Zaratustra, com a seguinte conversa: "Pourushaspa Spitama, vim avisar-lhe. Seu filho é um mau sinal para a nossa vila porque riu ao nascer, ele tem um demônio. Mate-o ou os deuses destruirão seus cavalos e plantações. Onde já se viu rir ao nascer nesse mundo triste e escuro! Os deuses estão furiosos!".


Pourushaspa não queria ferir seu filho, mas o sacerdote insistiu e impôs uma prova.
Na manhã seguinte Pourushaspa fez uma grande fogueira, e à frente de todos colocou Zaratustra no meio do fogo, mas ele não sofreu dano algum. O sacerdote ficou confuso.
Zaratustra foi levado então para um vale estreito e colocado no caminho de uma boiada de mil cabeças de gado, para ser pisoteado. O primeiro boi da boiada percebeu o menino e ficou parado sobre ele, protegendo-o, enquanto o resto passava ao lado e o bebê não sofreu um só arranhão. O sacerdote logo arquitetou outro plano. O menino Zaratustra foi colocado na toca de uma loba que, ao invés de devorá-lo, cuidou dele até que Dugdav, sua mãe, viesse buscá-lo. Diante de tantos prodígios o sacerdote ficou envergonhado e mudou-se da vila.


Ao crescer, Zaratustra peramburalava pelas estepes indagando-se: "Quem fez o sol e as estrelas do céu? Quem criou as águas e as plantas? E quem faz a lua crescer e minguar? Quem implantou nas pessoas a sua natural bondade e justiça?".


Um dia Zaratustra estava meditando às margens de um rio quando um ser estranho lhe apareceu. Ele era indescritível, tal a sua beleza e brilho. Zaratustra perguntou-lhe quem era ele, ao que teve como resposta: "Sou Vohu Mano, a Boa Mente. Vim lhe buscar". E tomou-lhe a mão, e o levou para um lugar muito bonito, onde sete outros seres os esperavam.


A Boa Mente disse-lhe então: "Zaratustra, se você quiser pode encontrar em você mesmo todas as respostas que tanto busca, e também questões mais interessantes ainda. Ahura Mazda, Deus que tudo cria e sustenta, assim escolheu partilhar a sua divindade com os seres que cria. Agora, sabendo disso, você pode anunciar essa mensagem libertadora a todas as pessoas.”


Zaratustra contestou: "Por que eu? Não sou poderoso e nem tenho recursos!". Os outros seres responderam em coro: "Você tem tudo o que precisa, o que todos igualmente têm: Bons pensamentos, boas palavras e boas ações".


Zaratustra voltou para casa e contou a todos o que lhe acontecera. A sua família aceitou o que ele havia descoberto, mas os sacerdotes o rejeitaram. Eles argumentaram: "Se é assim nada há de especial em nosso serviço, nada valem nossos sacrifícios e perderemos o poder que nos dão os deuses ciumentos e caprichos que servimos. Estamos sem trabalho e passaremos fome!". Decidiram, então, dar cabo da vida de Zaratustra.
Com sua boa mente ele entendeu que tinha que sair dali por uns tempos. Chamou seus vinte e dois companheiros e companheiras de primeira hora e fugiram com tudo o que tinham. Eles viajaram durante várias semanas até chegarem a um lugar cujo governante chamava-se Vishtaspa. Zaratustra procurou Vishtaspa e partilhou com ela a sua descoberta.


Vishtaspa respondeu ao seu apelo com uma recusa: "Por que haveria de crer nesse estranho? Meus deuses são, com certeza, mais poderosos que esse Ahura Mazda!".


Após dois anos tentando convencer Vistaspa, e enfrentando a mais cruel oposição, passando, inclusive, um tempo preso, um acidente com o cavalo de Vishtaspa ajudou a resolver a favor de Zaratustra esse impasse. À beira de morte, o cavalo tornou-se o pivot de todas as atenções. Vistaspa chamou sacerdotes, feiticeiros, médicos e sábios para salvar o seu cavalo. Juntos eles tentaram de tudo, inclusive oferecendo aos deuses dezenas de sacrifícios de outros cavalos. Além disso, brigaram entre si, fizeram intrigas, mas nada aconteceu, o cavalo de Vishtaspa só piorava. Zaratustra, que fora criado num ambiente rural, logo percebeu que ele fora envenenado. Procurando Vishtaspa ele sugeriu um remédio muito usado nesses casos em sua terra. Sem alternativas, embora descrente, Vishtaspa aceitou a idéia de Zaratustra e em dois dias seu cavalo estava de pé, sem sinal do doença.


Todos ficaram pasmos e acharam que Zaratustra tinha operado um milagre. Ele respondeu que havia apenas usado a sua boa mente e os conhecimentos que tinha adquirido em casa. Vishtaspa e sua família ficaram encantados com a honestidade e simplicidade de Zaratustra, e dispuseram-se a ouvi-lo de novo, dessa vez com coração e mentes desarmados. Em pouco tempo não só Vishtaspa e sua família haviam sido iniciados, como também grande parte de seu povo.


Embora Zaratustra pudesse ter usado a ocasião da cura do cavalo de Vishtaspa para arrogar-se poderes sobrenaturais ele preferiu ser sincero, e foi isso o que de fato mostrou a Vishtaspa a sublime beleza e profundidade da mensagem.

Dos 20 aos 30 anos, segundo narrativas que chegaram a nós, Zaratustra viveu quase sempre isolado, habitando no alto de uma montanha, em cavernas sagradas. Não ingeria nenhum alimento de origem animal. Em outros relatos, teria ido ao deserto, onde fora tentado por uma entidade maligna. Após sete anos de solidão completa, regressou ao seu povo, e com a idade de trinta anos recebeu a revelação divina por meio de sete visões ou idéias.


Assim começou Zaratustra a sua missão aos trinta anos. Segundo os Masdeístas ele encontrou muita dificuldade para converter as pessoas à sua nova religião. Em dez anos de pregação teve somente um crente: o seu primo. Durante este período, o chamado de Zaratustra foi como uma voz no deserto. Ninguém o escutava. Ninguém o entendia.


Foi perseguido e hostilizado pelos sacerdotes e por toda a sorte de inimigos ao longo de dez anos. Os príncipes recusaram dar-lhe apoio e proteção e encarceraram-no porque a sua nova mensagem ameaçava a tradição e causava confusão nas mentes de seus súbditos. Com 40 anos, realizou milagres e preocupava-se com a instrução do povo. Converteu o rei Vishtaspa, que se tornou um fervoroso seguidor da religião por ele pregada, iniciando a verdadeira difusão dos ensinamentos de Zaratustra e de uma grande reforma religiosa.
Logo em seguida, a corte real seguiu os passos do rei e, mais tarde, o Masdeísmo chegou a ser a religião oficial da Pérsia.


Aos 77 anos de idade ele teria morrido assassinado enquanto rezava no templo, diante do fogo sagrado.

Fonte: Wikipédia

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Somos Todos Crianças Brincando em Caixas de Areia

Por Rafael Arrais
Há tempos que temos orado e esperado por uma grande mudança espiritual no mundo – mas, porque ela nunca chega?

Quando éramos crianças pequenas e inocentes, brincávamos em nossas caixas de areia… O parque nos era desconhecido, mas em nossas brincadeiras pelos pequenos montes de areia, éramos verdadeiros especialistas. Os seres a perambular em nossa volta eram ignorados, mas sabíamos o nome de cada uma das crianças a brincar conosco na areia.


Por vezes formávamos grupos, até que uns brincavam apenas entre si, e não deixavam as crianças “de fora” entrar… Por vezes até discutíamos uns com os outros, ou brigávamos: um grupo contra o outro… E os seres a nos observar, passeando pelo parque, davam gargalhadas: “São apenas crianças, têm ainda muito por conhecer”.

Mas e o que seriam nossas doutrinas religiosas senão o fruto das brincadeiras que alguns profetas encenaram em seus pequenos desertos? E o que seriam tais mandamentos senão as regras para que as crianças pudessem continuar brincando sem se ferir?

E quando uma criança se exalta e brada: “Eu conheço todas as brincadeiras do mundo!”, aqueles seres transeuntes do parque apenas comentam: “Eles ainda estão na era das caixas de areia…”.

Mas quando afinal chegará nossa vez de conhecer todo o parque a volta? Será que precisaremos realmente esperar este pequeno planeta rodear seu sol por mais um tanto de vezes? E que diferença isso faria, se nosso sol é apenas mais um grão de poeira a girar pela galáxia – e a galáxia, mais um punhado de grãos empurrados adiante pelos ventos do infinito…

E o que seria este dia, senão mais um despertar de nossa consciência, após mais um passeio pelo parque etéreo dos sonhos? E quem seriam afinal os grandes responsáveis pela instauração de uma nova era espiritual no mundo, senão nós mesmos?

Temos brincado e rolado juntos pelos montes de nossa pequena caixa de areia, e por vezes a temos tentado apanhar com as mãos – mas tal areia do deserto é como o tempo a escorrer entre os dedos, e não é possível guardar quase nada de todo esse turbilhão. Tudo o que guardamos são as brincadeiras, tudo que nos resta é continuar a brincar…

E, quem sabe, dia virá em que percebamos como fomos tolos em brincar em grupos fechados, separados uns dos outros por uma ou outra regra de um jogo que, no fim, todos nós temos jogado a tantas e tantas eras…

Que aquele que bate no peito e se sente no direito de ditar aos outros como todos os jogos têm de ser jogados, é porque ainda não aprendeu a grande brincadeira da vida: persistir em semear todos esses parques em meio ao infinito de si mesma, e observar todas essas brincadeiras que suas crianças têm brincado, até que se cansem de rolar pela areia, e se juntem aos transeuntes do parque.

Mas eis que há muitos parques no Reino, e no momento em que chegamos finalmente a um deles, há uma grande festa a nossa espera:

“Bem vindo, agora se inicia uma nova era!”

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Sobre Questionar o Mundo...

Questionar dá trabalho. É irritante para o "establishment" e incomoda. Entretanto, acho que se deve ter em mente que questionar não significa ter a "obrigação" de mudar alguma coisa... Se as tradições estão aí devem ter um motivo para isso. Eu defendo que devemos saber quais são as cordas que nos movem e então decidir se queremos que elas continuem nos movendo.

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PARADIGMAS
Cientistas colocaram cinco macacos numa jaula com uma escada no centro que levava a um cacho de bananas pendurado no teto.

Quando um macaco subia a escada para pegar a banana, os cientistas lançavam um jato forte de água fria nos que estavam no chão.

Depois de um certo tempo, os macacos passaram a agredir e impedir qualquer um deles que tentasse subir a escada.

E, depois de mais algum tempo, nenhum macaco subia mais a escada, apesar da tentação das bananas.

Então, os cientistas substituíram um dos cinco macacos. A primeira coisa que ele fez foi tentar subir a escada, mas foi rapidamente retirado pelos outros e espancado.

Não levou muito tempo até que o novo integrante do grupo desistisse de subir a escada.

Os demais macacos foram sendo substituídos um a um e com todos acontecia o mesmo: o macaco recém-chegado tentava subir, apanhava, repetia, apanhava de novo, até que aprendia a não subir... No fim, todos os 5 macacos iniciais tinham sido trocados.

Na jaula, então, havia um grupo de cinco macacos que, mesmo nunca tendo tomado o jato de água fria inicial, continuavam batendo naquele que tentasse chegar às bananas.

Ou seja, eles não sabiam por que não podiam deixar ninguém subir, mas mesmo assim, impediam.

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Vejam um vídeo sobre o assunto:



quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Utilidades da Água Oxigenada

OBS. O texto fala APENAS da Água Oxigenada de 10 volumes vendida em farmácias, NÃO aquelas de volume maior utilizada em tinturas para cabelo!


A água oxigenada foi desenvolvida na década de 1920 por cientistas, para conter problemas de infecções e gangrena em soldados na frente de batalha.

Numa solução a 3%, é um dos mais potentes desinfetantes que existem.

Isso é pouco divulgado e pode-se entender por quê.
Um produto barato e simples de usar concorre com outros desenvolvidos por laboratórios farmacêuticos e indústrias de desinfectantes domésticos e hospitalares.
Portanto, não tem interesse comercial no seu uso em larga escala.

O que se pode fazer com água oxigenada:

1- Uma colher de sobremesa de água oxigenada 10 vol., usada para bochechos e mantido na boca por alguns segundos, mata todos os germes bucais, branqueando os dentes! Cuspir após o bochecho.

2- Manter escovas de dentes numa solução de água oxigenada conserva as escovas livres de germes que causam gengivite e outros problemas bucais.

3- Um pouco de água oxigenada num pano desinfeta superfí­cies melhor do que qualquer outro produto. Excelente para usar em cozinhas e casas de banho (banheiros).

4- Passada nos pés, à noite, evita problemas de frieiras e outros fungos que causam os principais problemas nos pés, inclusive o mau cheiro (chulé).

5- Passada em ferimentos (várias vezes ao dia) evita infecções e ajuda na cicatrização. Os casos de gangrena regrediram com o seu uso.

6- Numa mistura meio-a-meio com água pura, pode ser pingada no nariz em resfriados (constipações) e sinusites. Esperar alguns instantes e assoar o nariz. Mata os germes e outros microorganismos nocivos.

7- Um pouco de água oxigenada na água do banho ajuda a manter a pele saudável, podendo ser usada em casos de micoses e fungos.

8- Roupas que precisem desinfecção (lençóis, fraldas, etc), ou aquelas em contato com secreções corporais e sangue, podem ser totalmente desinfetadas se ficarem de molho numa solução contendo água oxigenada antes da lavagem normal.

Fonte: Texto produzido pela Mon Ville Alimentação Ltda.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Quem é Muito Querido a Mim

A letra dessa canção é uma citação do Bhagavad-Gita e para mim soa como um código de conduta para nos aproximarmos do Deus em que acreditamos. É para ser lido, ouvido e praticado.


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Quem É Muito Querido a Mim
Elba Ramalho

Quem é muito querido
Quem é muito querido a mim
É muito querido a mim

Aquele que não inveja
Que é amigo sincero
De todos os seres vivos
Que não tem senso de posse
Que tem a mesma atitude
Na tristeza ou na alegria
Que é sempre determinado
Tendo a mente e o intelecto
Harmonizados comigo
É muito querido a mim
Harmonizados comigo
É muito querido a mim

Quem nunca perturba os outros
Nem se deixa perturbar
Além da dualidade

Do sofrimento e prazer
Livre do medo e da angústia
Também é muito querido
Aquele que não se apega
Nem ao prazer nem à dor
Que não rejeita ou deseja
Ao que agrada ou aborrece
Renunciando igualmente
É muito querido a mim
Renunciando igualmente
É muito querido a mim
Quem age do mesmo modo
Com amigos e inimigos
E não muda de atitude
No ostracismo ou na glória
No sucesso ou no fracasso
Que nunca se contamina
E sempre fica contente
Com o que lhe é oferecido
Este me é muito querido
É muito querido a mim

Este me é muito querido
É muito querido a mim

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Bhagavad-Gita (em sânscrito), transl. Bhagavad Gītā, "Canção de Deus") é um texto religioso hindu. Faz parte do épico Maabárata, embora seja de composição mais recente que o todo deste livro. Na versão que o inclui, o Maabárata é datado no Século IV a.C..

O texto, escrito em sânscrito, relata o diálogo de Críxena (uma das encarnações de Vixnu) com Arjuna (seu discípulo guerreiro) em pleno campo de batalha. Arjuna representa o papel de uma alma confusa sobre seu dever, e recebe iluminação diretamente do Senhor Krishna, que o instrui na ciência da auto-realização.

No desenrolar da conversa são colocados pontos importantes da filosofia indiana, que incluía já na época elementos do bramanismo e do Sankhya. A obra é uma das principais escrituras sagradas da cultura da Índia, e compõe a principal obra da religião Vaishnava, popularmente conhecida como movimento Hare Krishna e difundida a partir de 1965 no ocidente por Bhaktivedanta Swami Prabhupada.

A obra foi traduzida e comentada pelo erudito indiano, dando origem ao Bhagavad-Gita - Como ele é, contendo os principais ensinamentos da dogmática vaishnava e instruções do serviço devocional a Críxena segundo os preceitos da Sociedade Internacional pela Consciência Krishna, a ISKCON. Nestes preceitos, o livro apresenta a ciência da auto-realização e da consciência em Críxena através do serviço devocional e da bhakti-yoga.

O Bhagavad-Gita é a essência do conhecimento védico da Índia e um dos maiores clássicos de filosofia e espiritualidade do mundo. A filosofia perene do Bagavadguitá tem intrigado a mente de quase todos os grandes pensadores da humanidade, tendo influenciado de maneira decisiva inúmeros movimentos espiritualistas.

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Vi primeiro em:

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Nos tornamos humanos por que aprendemos a ser sociáveis

Émile Durkheim teve sua principal contribuição na reflexão e no reconhecimento da existência de uma "Consciência Coletiva".

Durkheim parte do princípio que o homem seria apenas um animal selvagem que só se tornou humano porque se tornou sociável. Ou seja, quando foi capaz de aprender hábitos e costumes característicos de seu grupo social para poder conviver no meio deste. A instituição social é um mecanismo de proteção da sociedade, é o conjunto de regras e procedimentos padronizados e aceitos socialmente. As instituições são, portanto, conservadoras por essência, quer seja família, escola, governo, polícia ou qualquer outra. As instituições sociais agem fazendo força contra as mudanças, pela manutenção da ordem.

Para Durkheim, uma sociedade sem regras, sem valores, sem limites leva o ser humano ao desespero. Por isso foi conhecido como Conservador. Em sua visão, a anomia era a grande inimiga da sociedade, algo que devia ser vencido, e a sociologia era o meio para isso. O importante para Durkheim é que o indivíduo realmente se sinta parte de um todo, que realmente precise da sociedade. A anomia é um estado de falta de objetivos e perda de identidade, provocado pelas intensas transformações do mundo social moderno. Com o Império da Razão como forma de explicar o mundo, há um brusco rompimento com valores tradicionais, ligados à concepção religiosa. A Modernidade, com seus intensos processos de mudança, não fornece novos valores que preencham os anteriores demolidos. Resulta assim uma espécie de vazio de significado no cotidiano de muitos indivíduos.

Segundo Durkheim, na modernidade, a divisão social do trabalho é a principal fonte de coesão ou solidariedade social.  Para o autor, mesmo a consciência individual é formada socialmente. A diferenciação social, a complexificação da sociedade, não trata de romper os laços sociais, mas de transformá-los.
A divisão do trabalho social não provoca, segundo o autor, a desintegração da sociedade, mas um novo tipo de solidariedade. Para Durkheim, a solidariedade consiste na forma de convivência, o elo social, o cimento pelo qual nós não entramos em desagregação.

A divisão do trabalho social não deve transformar o homem em máquina, que repete os movimentos sem perceber a direção. O homem deve sentir que serve para algo, que suas ações tendem para algum lugar, e possui um fim fora de si mesmo.


Não é possível uma atividade humana livre de todo freio. Todo ser, como parte do Universo, está relacionado com o resto do mundo.

Retirado de:
http://artigodezenove.blogspot.com/2011/12/consciencia-coletiva-o-homem-como.html